quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rádio 65 anos de história

José Sérgio Rocha*Em 1944, o rádio brasileiro tinha como marca principal o entretenimento. As grandes emissoras da época, no Rio de Janeiro  – Nacional e Mayrink Veiga e em São Paulo – Record e Tupi – conquistaram o público com programas de auditório, humorísticos, musicais e novelas. Ao anunciar o início das transmissões da Rádio Globo, Roberto Marinho remou contra a maré. Em solenidade no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia 1º de dezembro, foi explícito: “Não é propriamente uma estação de rádio que hoje inauguramos. É uma nova modalidade de serviços de O Globo à nação que agora se ampliam”.
A Rádio Globo do Rio de Janeiro – embrião do Sistema Globo de Rádio –  estava sendo fundada para dar voz a O Globo, levar ao ar as notícias do jornal que o empresário e jornalista herdara do pai, Irineu Marinho, e dirigiu durante sete décadas. Não é à toa que a emissora usaria no futuro o bordão “Música, esporte e notícia”. O criador imaginou-a assim, definindo seu foco naquela noite de festa.

Última das grandes emissoras de rádio brasileiras surgidas depois do aparecimento da televisão – que começou suas transmissões nos Estados Unidos dos anos 1930 e somente chegaria ao Brasil nos anos 1950 –, a Rádio Globo nasceu moderna, diferente das outras estações.

Entretenimento, teria sim, e muito, produzido por um elenco respeitável de radioatores, músicos, humoristas e redatores. Mas o jornalismo e a prestação de serviços deveriam ter o mesmo destaque dos shows e do radioteatro. Não foi tiro no pé. Foi quebra de paradigmas. Em poucos meses, a Globo era uma das cinco rádios mais ouvidas da cidade. Logo, ficou entre as três. E vinte anos depois de inaugurada, se tornaria líder absoluta de audiência.

O rádio é parte importante de nossas vidas. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2006 revelaram que 87% dos domicílios (algo em torno de 48 milhões de lares) possuem um rádio. Entre os eletrodomésticos, o rádio ocupa o 3º lugar, perdendo para o fogão e para a televisão. A geladeira vem depois, em 4º lugar.

A história da Rádio Globo, pode apostar nisso, se confunde com a história do rádio no mundo e no Brasil.

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